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12.11.08

ShāhMāt!

O céu alaranjado em uma parte e azul escuro em outra, como quando se tem um pôr-do-sol com o céu limpo. Tinhamos acabado a partida poucos minutos atras e agora ele estava deitado ao lado do tabuleiro com aquela cara pálida de quem não perdia um jogo há séculos.

Do outro lado estava ela, imponente e grandiosa em sua pequena roupa. Como quando a delicadeza se funde ao peso e não se pode mais carregar, eu parecia levar nas mãos a responsabilidade do que parecia uma tortura. Como ele pôde cair nas armadilhas mal armadas e perder toda a postura intocável?
Meus movimentos grandes e a possibilidade de explorar cada canto do tabuleiro era costrangedora quando pensava que tudo o que o pequeno branquelo podia fazer era dar um passo de cada vez. Sem atropelar as pernas eu escorregava entre o quadriculado dicromático feito uma dançarina no gelo e acertava em cheio cada tentativa de proteção ou fuga. Estranho era me ver com as mãos sobre meu próprio corpo tecendo teias ao redor dele, pregando e movendo peças na brincadeira que se faria infinita. Mas foi invertido.
Como se sentem os reis na hora do xeque-mate?